História de Sorocaba

Sorocaba é uma cidade localizada no interior do estado de São Paulo, no Brasil. A região do rio de Sorocaba foi povoada inicialmente pelos Tupiniquins na qual Sorocaba significa "Terra Rasgada" na língua Tupi-guarani.
O povoado de Sorocaba foi fundado em agosto de 1654 pelo capitão Baltazar Fernandes, que veio para esta terra com a intenção de fundar uma cidade. Baltazar queria seguir os passos de sua família cuja especialidade era iniciar novas povoações e fundar cidades. Seu pai foi o fundador de Santana do Parnaíba e seu irmão mais velho fundou Itu. As terras que Baltazar escolheu para fundar Sorocaba eram de sua propriedade que foram doadas a ele pelo rei de Portugal.
Quando Baltazar chegou em Sorocaba já existiam na região outras duas vilas: a de Nossa Senhora do Monte Serrat de Araçoiaba e a de São Felipe do Itavuvu. Diferentemente do povoado de Sorocaba, os dois povoados que deram origem as estas vilas foram fundados por homens interessados na exploração dos minérios da região, como o ouro, a prata e o ferro. Este foi o principal motivo pelo qual estes dois povoados não prosperaram, pois a intenção inicial não era fundar um povoado e sim explorar as riquezas da terra.
O primeiro registro histórico de Sorocaba que se tem notícia foi justamente sobre a busca de riquezas nestes povoados. O registro data de 1599, e diz que o então governador-geral do Brasil, Dom Francisco de Souza, acreditando na existência de ouro, esteve na região e levantou o pelourinho - símbolo do poder real - na nova Vila de Nossa Senhora de Mont Serrat. Como o ouro não foi encontrado, o governador retomou à Corte. Doze anos mais tarde, o mesmo Dom Francisco de Souza mudou o nome da vila para Itavuvu.
Baltazar Fernandes estimulou o povoamento e desenvolvimento da pequena aldeia e, em 1661, requereu a elevação de Sorocaba à categoria de Vila, sendo atendido. Com essa mudança administrativa, o pelourinho foi transferido de Itavuvu para a Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba.
A cidade cresceu durante os séculos XVII e XVIII e a primeira tropa de muares passou por suas ruas no ano de 1733. O condutor era o Coronel gaúcho Cristóvão Pereira de Abreu, um dos fundadores do Rio Grande do Sul. Pereira de Abreu estava fazendo História e inaugurando o ciclo do Tropeirismo.
Com o tempo, Sorocaba tornou-se um marco obrigatório para os tropeiros, o desaguadouro das mais diversas culturas regionais, e o eixo econômico entre o Norte, Nordeste e Sul. A cidade, com o afluxo de tropeiros, ganhou uma Feira de Muares, onde brasileiros de todos os estados reuniam-se para vender e comprar animais.
A Feira de Muares aglutinou novos moradores e permitiu o florescimento do comércio e da indústria caseira, onde (facas, facões, redes, doces, peças de ouro para montarias, selas, arreios, estribos e cabos de chicotes), feitos por ourives sorocabanos, ficaram conhecidos em todo o País.
Em 1852, graças à acumulação de capital proporcionada pelas Feiras de Muares, surgiram as primeiras fábricas de algodão e de seda. A experiência industrial não foi longe, mas Sorocaba tornou-se pioneira no plantio do algodão herbáceo - para substituir o arbóreo - para exportação a Inglaterra.
As primeiras sementes de algodão foram plantadas de 1856. Os resultados foram tão bons que, em 1870, Luís Matheus Maylasky, o maior comprador de algodão da região, levantou a idéia da construção de uma estrada de ferro para facilitar a exportação do produto. Assim, cinco anos depois, era inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana.
As iniciativas industriais voltaram nos anos 80 do século XIX. Em 1882, foi inaugurada a Fábrica de Tecidos Nossa Senhora da Ponte e, em 1890, as Fábricas de Santa Rosália e Votorantim. Aos poucos, Sorocaba tornou-se um pólo industrial de referência internacional. Por isso, ficou conhecida como a Manchester Paulista.